Oi amigas, para finalizar esta série gostaria de tocar num ponto
importante, quando a família não apoia a sua decisão de servir a Deus,
para isso segue o testemunho da minha amiga Cristina, é muito forte, vai
ajuda-las muito.

“Meu nome é Cristina Silva tenho 38 anos e sou portuguesa, da cidade
do Porto. Cresci numa família muito religiosa, conservadora e sempre fui
submetida a uma educação muito rígida. Os meus pais chegaram a
colocar-me num colégio interno de freiras, porque naquela altura era o
lugar onde segundo eles eu teria a melhor educação e disciplina. O nosso
lar era muito conturbado, os meus pais brigavam muito e se agrediam
fisicamente na minha frente e de minha irmã mais nova.
Fui vítima de agressões físicas durante a minha infância e isso se
prolongou até á minha adolescência. Vivia debaixo de um teto onde
imperavam os maus tratos e castigos severos.
Isso fez de mim uma jovem revoltada, doente, triste, depressiva,
muito tímida e com vontade de me suicidar, para mim a morte era a
solução para tudo aquilo que vivia em casa. Um verdadeiro tormento.
Até ao dia em que pelo convite de uma tia, minha mãe chegou até á Igreja Universal, e logo em seguida fui eu.
Cheguei á Igreja como um trapo velho, uma jovem de 16 anos sem
qualquer perspectiva para o futuro. Ali encontrei refúgio, era o único
lugar onde tinha paz. Eu chegava a ir direto da escola para a Igreja, só
para evitar o convívio com os meus pais, foi ali que conheci o meu
Senhor Jesus que amo muito. Eu via no pastor e na esposa, a família que
eu não tinha, me ajudaram muito na minha libertação.
Eu carregava dentro de mim muito ódio do meu pai, e também tinha
muitos problemas espirituais, ouvia vozes e via vultos. Fui liberta de
tudo o que me atormentava.
Logo a seguir veio o batismo nas águas, me entreguei sem reservas e
começou a nascer dentro de mim o desejo de ser uma obreira. Eu admirava
muito as obreiras e queria ser como elas, via as esposas dos pastores e
desejava ser igual, pelos seus bons exemplos.
Foi então que tudo começou a piorar, desde que assumi a minha fé. Os
maus tratos e insultos por parte do meu pai aumentaram, ele me deixava
marcada com manchas negras, e sem forças para reagir, devido á força das
pancadas. Chegou a quebrar a cana do meu nariz com um murro! Mas eu
estava disposta a tudo, pois havia descoberto a minha maior riqueza e
não ia abrir mão disso por nada. Estava disposta a passar pelo que fosse
por amor a Deus e ás almas. O Senhor Jesus me livrou da morte várias
vezes, eu sabia que Ele tinha um plano para mim. Nessas horas eu buscava
forças em Deus, muitas vezes procurava o banheiro da escola e, de
joelhos ali, pedia socorro a Deus. E era isso que me fortalecia, saber
que Deus era comigo e iria transformar meu pai.
Foi então que recebi o batismo com o Espírito Santo e fui levantada
obreira, como meus pais não me deram dinheiro para comprar o uniforme,
juntei o dinheiro do almoço da escola durante 2 meses para poder
adquirir o uniforme. O meu pai ameaçava-me de morte, para eu deixar de
servir a Deus, muitas vezes corria atrás de mim com uma tesoura para
cortar meu uniforme. Cheguei ao ponto de ter que o esconder entre o
estrado da cama e o colchão, na hora de dormir, para que meu pai não
descobrisse onde estava.
A minha sede por ganhar
almas crescia a cada dia, mesmo diante de tudo isso eu consegui perdoar
meu pai, pois passei a vê-lo como alma. Lembro de tentar abraçá-lo e
pedir perdão, mas ele permanecia frio e nunca permitiu uma aproximação.
Na verdade ele via a minha mudança, mas o orgulho era mais forte do que
ele!
Foi então que conheci o meu marido, um jovem pastor recém chegado no
país e foi uma luta para o apresentar para a minha família, enfrentamos
racismo, discriminação e ainda mais sendo ele um pastor, ninguém queria
acreditar na minha decisão, diziam que estava iludida e que me haviam
feito uma lavagem cerebral. Eu fui contra a religião imposta pela
família. Na verdade eu sabia quem estava por detrás de tudo aquilo,
aquelas vozes acusadoras queria me fazer desviar do meu objetivo. Fui
perseverante, não me deixei abalar, a certeza dentro de mim era tão
grande que o Espírito Santo ia prover tudo, me fazia enfrentar tudo de
cabeça erguida.
Tive momentos de fraqueza, sim, de muito choro, mas era de revolta
contra aquela situação e me apoiei na comunhão com Deus. Tenho a certeza
de que foi a dependência de Deus que me fez aguentar até ao fim.
E foram longos 18 meses até ao dia do meu casamento. Como noiva de
pastor procurava dar exemplo para as outras obreiras e também para a
minha família em casa. Todos sabiam das minhas lutas, mas não deixava
transparecer isso para o povo, pelo contrário eu tinha sempre um sorriso
no rosto.
Na véspera do meu casamento meu pai me bateu tanto que me deixou
marcada nos braços, pernas, apenas consegui proteger meu rosto. Aguentei
todos estes maus tratos, mas nunca dei mau testemunho em casa, sempre
fui obediente, trabalhadora, procurava não dar motivos para que meus
pais me apontassem o dedo.
Eu estava definida, determinada no que eu queria, mas sabia que para
ele aceitar o Senhor Jesus e a mim, eu não podia dar mau testemunho do
que aprendia na Igreja.
Casei e segui fazendo a obra de Deus, por outros países (Brasil,
Inglaterra, Suécia), atualmente estamos em Portugal. Este ano vamos
completar 20 anos de casados e somos muito felizes.
Eu nunca desisti do desejo de servir a Deus no altar, por mais
difícil que fossem as circunstâncias e tudo apontasse para desistir,
nada me fez abrir mão da minha fé.
E se você se identificou com a minha história, o meu conselho é que
você não desista de lutar pelos seus objetivos, assuma a sua fé e busque
a direção de Deus para tomar a atitude certa.”
Obs: Não falei amigas que era forte? Para quem não sabe, o pr.
Rogério, marido da Cristina foi quem realizou a cerimonia do meu
casamento, quase 18 anos atrás, tenho muito carinho por eles, pena que
não tenho uma foto aqui comigo para mostrar a vocês!!!
Se você também passa por lutas com a sua família por causa do seu
sonho de servir a Deus no Altar, conte-nos como tem sido seu
comportamento.
Blog D. Cristiane Cardoso